sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Estudo avalia taxas de respiração de eucalipto clonal no Brasil

A respiração do lenho de um clone de Eucalyptus grandis x urophylla do Brasil foi significativamente menor do que medições efetuadas em E. saligna seminal do Havaí. Isto talvez possa explicar parte da superioridade de produtividade das plantações brasileiras, uma vez que a respiração “consome” parte da fotossíntese efetuada pelas florestas. Essa foi a conclusão do artigo científico “Wood CO2 efflux and foliar respiration for Eucalyptus in Hawaii and Brazil”,que trata da respiração de Eucalyptus e sua importância para a produtividade florestal.
O IPEF apoiou a realização do estudo de autoria de Mike Ryan, da Colorado State University e do USDA Forest Service (EUA), e contou com a colaboração dos pesquisadores Molly A. Cavaleri, da Michigan Technological University (EUA), Auro C. Almeida, do CSIRO Sustainable Ecosystems (Austrália), Ricardo Penchel da Fibria (Brasil), Randy S. Senock, da California State University (EUA) e de José Luiz Stape, da North Carolina State University (EUA) e coordenador do programa cooperativo Brasil Eucalyptus Produtividade Potencial (BEPP). O projeto teve tambem apoio da . National Science Foundation e da Fibria.
De acordo com o artigo, as taxas de respiração do tronco do clone da Fibria, são de 8 a 10 vezes menores do que as plantações E. saligna do Havaí, o que podeser devido à diferenças fisiológicas ou a artefatos da porosidade da casca: “Assim é necessário mais avaliações de clones do Brasil para uma conclusão definitiva”, explicou José Luiz Stape . Quanto à respiração foliar noturna dessas espécies, o trabalho mostrou semelhanças entre os clones brasileiros e as espécies do Havaí, quando se considera as taxas de nitrogênio foliar. Esta constatação facilita as estimativas em torno da respiração foliar ocorrida na copa do eucalipto. A respiração foliar é um dos componentes mais importantes do ciclo de carbono nos ecossistemas florestais.
As análises dos clones brasileiros foram feitas por meio do BEPP que é um dos programas cooperativos do IPEF e estuda os fatores silviculturais e ambientais que determinam o crescimento das plantações de Eucalyptus e seu potencial produtivo. Mike Ryan, que participa das pesquisas, considera que os experimentos do programa têm ultrapassado os objetivos originais. “Aplicar o mesmo experimento em vários locais foi uma experiência muito valiosa, pois isso garantiu que tenhamos fonte de dados que poderão ser usados por muitos anos”, comenta. O americano também participa das pesquisas do PPPIB e EUCFLUX e destacou a importância dessa troca de experiência com os brasileiros: “A minha relação com os pesquisadores do IPEF é excelente, eles têm linhas de pesquisa muitointeressantes e creio que minhas idéias podem contribuir. O intercâmbio científico que envolve esse tipo de trabalho é enriquecedor”, afirmou. Ryan também sugeriu algumas ações para aprimorar o projeto BEPP e PPPIB: “Seria importante contar com um engenheiro que trabalhasse integralmente na coordenação dos estudos, na quantificação e no arquivamento dos dados.”, destacou Ryan.

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