quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tipos de propagação de mudas

Propagação via semente
Este tipo de propagação gera maior variabilidade entre os indivíduos o que possibilita maior distribuição e adaptação do material em condições de solo e clima diferentes.

  • Área coleta de sementes (ACS): a área de coleta de sementes consiste na escolha de algumas árvores com características desejáveis. A principal vantagem desse sistema é a grande disponibilidade de pólen que resulta em maior troca genética e maior nível de polinização, conseqüentemente maior variabilidade genética. Os ganhos obtidos nessa área são relativamente baixos e é recomendada para o início do melhoramento.
  • Área produção de sementes (APS): na área de produção de sementes ocorre a retirada das árvores sem as características desejáveis através do desbaste seletivo. Assim, cada semente terá 100 % do material genético proveniente de árvores com as características desejáveis. As principais vantagens desse sistema são: produção de sementes com material genético superior; baixo custo e em curto período.
  • Pomar de semente clonal (PSC): o pomar de semente clonal consiste na pré-seleção de diferentes materiais com as características desejáveis que devem ser clonados e implantados, com o devido isolamento, de modo a direcionar o cruzamento entre diferentes clones superiores. Nesse sistema ocorrem grandes ganhos genéticos e também pode ocorrer a precocidade na produção de sementes, quando a propagação é realizada via enxertia.

Propagação via clonagem ou propagação vegetativa
A propagação vegetativa é utilizada para obter ganhos genéticos de maneira mais rápida, pois essa técnica conserva características da planta mãe, porém, podem ocorrer diferenças entre um mesmo clone devido às diferenciações ocorridas durante a fase de propagação do material.

  • Micro-propagação: esse método de propagação vegetativa é baseado nas técnicas de cultura de tecidos. A cultura de tecidos consiste em cultivar segmentos da planta em tubos de ensaio que contenham soluções nutritivas e hormônios na dosagem adequada para o desenvolvimento. Nesse sistema é possível obter com rapidez a produção de um grande número de mudas idênticas.
  • Macro-propagação: o método de macro-propagação é baseado nos métodos convencionais de estaquia e enxertia.
    - Estaquia: É o processo de enraizamento de estacas obtidas de material selecionado. Essa é a metodologia mais utilizada nas grandes empresas florestais que obtêm as estacas nos mini-jardins clonais.
    - Enxertia: É o processo de inserção da parte superior de uma planta em outra, através da implantação do ramo, gema ou borbulha da planta a ser multiplicada (cavaleiro) sobre o porta-enxerto (cavalo). Nesse procedimento pode ocorrer a rejeição do material.

A maior dificuldade da propagação vegetativa de plantas adultas é o enraizamento, sendo necessário trabalhar com material fisiologicamente juvenil ou rejuvenescido. Outros fatores também são importantes para o enraizamento entre eles a nebulização (prevenindo o estresse hídrico), o estado nutricional, a utilização de hormônios e condições adequadas de desenvolvimento. Para a propagação vegetativa de eucalipto adulto é recomendada, para facilitar o processo, a utilização dos brotos epicórmicos originários da base das árvores.

Adaptado de: IPEF

Muda padrão


Qualidade de mudas

A muda de boa qualidade aparenta vigor e bom estado nutricional, com folhas de tamanho e coloração típicas da espécie. Sua estrutura ideal varia entre 20 a 35 cm de altura e diâmetro do colo, entre 5 e 10 mm. O caule, para a grande maioria das espécies, deve ser único, não ramificado, aparentando dominância apical.
Para assegurar o suprimento de água e nutrientes, as mudas recém plantadas, mais intensivamente nos primeiros 15 a 30 dias, alocam grande quantidade de foto-assimilados e nutrientes existentes em sua copa para a síntese de raízes; por isto, podem perder parte do viço e mostrar sintomas de deficiência de nutrientes. Com o suprimento de água e nutrientes assegurado, a atividade fotossintética é intensificada, havendo expansão da área foliar e crescimento da muda.
A estrutura radicular deve ser típica da espécie, sem enovelamentos, e com grande quantidade de raízes finas. É importante que haja raízes finas novas, que assegurarão pronto crescimento radicular no campo, agilizando a adaptação da muda ao ambiente.
O controle de qualidade das mudas seguirá os seguinte critérios: não apresentar sintomas de deficiência nutricional (alteração de coloração e tamanho de folhas); possuir haste preenchida com folhas; apresentar boa dominância apical; e sistema radicular bem formado. As mudas que não se enquadrarem deverão ser descartadas.