A Associação Nacional dos Profissionais de Venda em Celulose, Papel e Derivados (Anave) realizou em São Paulo a 34ª edição de seu fórum anual, que neste ano apresentou o tema “O que mudou no setor de celulose e papel”.
O evento reuniu os principais representantes do mercado editorial e gráfico e do setor de celulose e papel, tanto na mesa debatedora como na plateia. A abordagem dos profissionais tentou responder à pergunta central da temática desta edição do fórum: “O que mudou no setor de papel e celulose?.
Uma das grandes discussões do fórum foi tentar decifrar se a crise econômica já passou ou não e como as companhias ficaram neste contexto. A sensação para quem assistiu é que a crise já passou por aqui. O número de revistas lançadas neste ano, a performance dos jornais e o crescimento dos livros foram dados que comprovaram a reação das empresas diante da crise. Já para os profissionais do setor de celulose e papel, há restos de efeitos negativos, que parece ainda estar em ação no Brasil, afetando diretamente o setor.
Para o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Paulo Sandroni, que fez parte de uma das mesas debatedoras, a crise teve seus aspectos positivos. “Toda crise destrói as estruturas da economia e depois quando as empresas se recuperam retornam para o mercado com novos produtos, novas tecnologias”, explica o economista. Sandroni também explicou à plateia que as crises são cíclicas na história e que após todo momento de expansão há sempre um momento de queda. “Isso é normal, desde que essa queda seja controlada”, diz.
O economista narrou uma retrospectiva da crise nos EUA e no mundo e pontuou que os governos foram molas mestras na contenção da crise em cada país.Paulo Sandroni analisou que no Brasil tem-se essa sensação de que a crise acabou, porque aqui os efeitos não foram tão profundos e o governo teve iniciativas que fizeram o país sair da crise mais rápido.Salvo o sistema financeiro, ele comentou que havia a necessidade de se salvar o sistema produtivo. “Os economistas do governo são muito competentes e como agiram? Salvaram o consumo, aumentando significadamente o salário mínimo e também com uma linha de programas assistenciais”, explica.
Já quanto à taxa de câmbio, o economista alertou que há sim conseqüências nas exportações e importações. “Agora vai ser mais difícil exportar, enquanto a taxa de câmbio se mantiver num nível valorizado como está hoje”. Para ele, o futuro vai reservar uma situação bastante longa para a questão cambial, em função da entrada muito forte de dinheiro no exterior.
Adaptado de:Celulose Online.
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