sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Doenças em viveiro

Alguns patógenos que podem ser encontrados em viveiro e causar prejuízos:

OÍDIO
Esse fungo ataca várias espécies de eucalipto em condições de viveiro, casa de vegetação e campo.
Os sintomas aparecem principalmente em gemas e brotações, causando deformidade ou morte das mesmas. Esses sintomas são caracterizados pelo recobrimento das partes afetadas por estruturas de coloração esbranquiçada, pulvurulenta, constituídas por micélios e estruturas de reprodução do patógeno, típico dos oídios.

MOFO CINZENTO
A doença mofo cinzento é causada pelo patógeno Botrytis cinerea, sendo comumente encontrada em canteiros com alta densidade de mudas (700 mudas/m2), sob condições de alta umidade (acima de 70%) e temperaturas amenas (outono e inverno). Embora menos freqüente, essa doença tem surgido nas condições de minijardim clonal.
A doença afeta os tecidos jovens da parte aérea das mudas, causando morte do ápice ou mesmo a morte da planta, principalmente das mudas mais jovens.
O controle é feito através do manejo, como redução da densidade das mudas no viveiro, dosagem correta de adubos nitrogenados (para evitar que as folhas fiquem muito tenras) e retirada das folhas infectadas das plantas e também as caídas no solo.

TOMBAMENTO DE MUDAS OU“DAMPING-OFF”
O tombamento é causado pelos fungos Cylindrocladium candelabrum, C. clavatum, Rhizoctonia solani, Pythium spp.,Phytophthora spp. e Fusarium spp. Os propágulos desses fungos são disseminados através da água da chuva ou irrigação, vento ou partículas de solo aderidas a implementos agrícolas, sendo que em ambientes com alta umidade favorecem a ocorrência de tombamento.
Os sintomas ocorrem inicialmente no colo da plântula, podendo se estender ao hipocótilo, com aspecto inicial de encharcamento evoluindo para uma coloração escura, com posterior tombamento e morte da muda. Dependendo da idade da muda pode ocorrer murcha, enrolamento e seca dos cotilédones e das primeiras folhas, porém, esses sintomas são considerados secundários.
Cabe ressaltar que a água de irrigação e o substrato devem estar livres de inóculos dos patógenos. O uso de brita como material de cobertura do solo do viveiro evita a contaminação. Ainda em relação ao substrato, este deve apresentar boa drenagem. Um método de desinfestação do substrato é o emprego de vapor de água a uma temperatura de 80-90oC, por volta de 7 a 8 horas, ou secagem ao sol.

PODRIDÃO DE MINIESTACAS
Na maioria das vezes, a ocorrência de podridão em miniestacas se deve a desequilíbrios nutricionais e não ao ataque de patógenos. Um nutriente que está bastante associado a estas podridões é o cálcio, quando em deficiência.
O sintoma da podridão é caracterizado por uma lesão escura na base da estaca, a qual progride para o ápice, causando morte das gemas e impedindo o enraizamento. Podem ser encontradas as estruturas dos diferentes patógenos relacionados à doença: frutificações branco-cristalinas de Cylindrocladium, estruturas marrom-avermelhadas de Fusarium, pontuações escuras (picnídios) de B. ribis ou acérvulos de Colletotrichum com ou sem massa alaranjada.
Quando é causada por patógenos, recomenda-se o uso de hipoclorito de sódio e/ou fungicidas nos materiais envolvidos na produção de estacas, ou seja, as estacas, as caixas e os recipientes devem ser tratados, e a casa de vegetação, após um ou dois ciclos, receber tratamento com hipoclorito de sódio e sulfato de cobre. No entanto, se a podridão de miniestacas estiver associada à carência de cálcio, sugere-se a aplicação foliar de cloreto de cálcio na dose de 3 a 5 g.L-1 .

Adaptado de:Informações agronômicas - nº 93 - Março/2001

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tipos de propagação de mudas

Propagação via semente
Este tipo de propagação gera maior variabilidade entre os indivíduos o que possibilita maior distribuição e adaptação do material em condições de solo e clima diferentes.

  • Área coleta de sementes (ACS): a área de coleta de sementes consiste na escolha de algumas árvores com características desejáveis. A principal vantagem desse sistema é a grande disponibilidade de pólen que resulta em maior troca genética e maior nível de polinização, conseqüentemente maior variabilidade genética. Os ganhos obtidos nessa área são relativamente baixos e é recomendada para o início do melhoramento.
  • Área produção de sementes (APS): na área de produção de sementes ocorre a retirada das árvores sem as características desejáveis através do desbaste seletivo. Assim, cada semente terá 100 % do material genético proveniente de árvores com as características desejáveis. As principais vantagens desse sistema são: produção de sementes com material genético superior; baixo custo e em curto período.
  • Pomar de semente clonal (PSC): o pomar de semente clonal consiste na pré-seleção de diferentes materiais com as características desejáveis que devem ser clonados e implantados, com o devido isolamento, de modo a direcionar o cruzamento entre diferentes clones superiores. Nesse sistema ocorrem grandes ganhos genéticos e também pode ocorrer a precocidade na produção de sementes, quando a propagação é realizada via enxertia.

Propagação via clonagem ou propagação vegetativa
A propagação vegetativa é utilizada para obter ganhos genéticos de maneira mais rápida, pois essa técnica conserva características da planta mãe, porém, podem ocorrer diferenças entre um mesmo clone devido às diferenciações ocorridas durante a fase de propagação do material.

  • Micro-propagação: esse método de propagação vegetativa é baseado nas técnicas de cultura de tecidos. A cultura de tecidos consiste em cultivar segmentos da planta em tubos de ensaio que contenham soluções nutritivas e hormônios na dosagem adequada para o desenvolvimento. Nesse sistema é possível obter com rapidez a produção de um grande número de mudas idênticas.
  • Macro-propagação: o método de macro-propagação é baseado nos métodos convencionais de estaquia e enxertia.
    - Estaquia: É o processo de enraizamento de estacas obtidas de material selecionado. Essa é a metodologia mais utilizada nas grandes empresas florestais que obtêm as estacas nos mini-jardins clonais.
    - Enxertia: É o processo de inserção da parte superior de uma planta em outra, através da implantação do ramo, gema ou borbulha da planta a ser multiplicada (cavaleiro) sobre o porta-enxerto (cavalo). Nesse procedimento pode ocorrer a rejeição do material.

A maior dificuldade da propagação vegetativa de plantas adultas é o enraizamento, sendo necessário trabalhar com material fisiologicamente juvenil ou rejuvenescido. Outros fatores também são importantes para o enraizamento entre eles a nebulização (prevenindo o estresse hídrico), o estado nutricional, a utilização de hormônios e condições adequadas de desenvolvimento. Para a propagação vegetativa de eucalipto adulto é recomendada, para facilitar o processo, a utilização dos brotos epicórmicos originários da base das árvores.

Adaptado de: IPEF

Muda padrão