segunda-feira, 27 de julho de 2009

Manejo Florestal Sustentável

"O manejo florestal sustentável como tal não existe, é apenas um conceito balizador, um objetivo a ser perseguido. Esse é o enfoque que torna o conceito cristalino e eficaz, na busca constante pelas melhores alternativas possíveis de manejo, suportadas por políticas corporativas concretas de coexistência entre as dimensões econômicas, sociais, ecológicas e culturais do manejo florestal. A dimensão ambiental do manejo florestal, portanto, tem que ser vista como parte integrante do processo e não apenas como “algo a mais” que distingue um “bom manejo” de um “manejo convencional”.
Fonte: Prof. Walter de Paula Lima – Esalq/USPem Revista Opiniões.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O eucalipto seca o solo?

"O eucalipto tem carregado a fama de ser uma espécie que consome muita água. Este consumo de água em espécies vegetais é a capacidade das plantas de transferir a água armazenada no solo para a atmosfera. Também é comum ouvir que “o eucalipto seca o solo”. Durante três anos (2005 a 2007) em uma microbacia hidrográfica com eucalipto na região de Cocais – município de Antônio Dias / MG – foram quantificadas todas as entradas e saídas de água do ecossistema. Os resultados de três anos de estudo mostraram que a precipitação pluviométrica anual (chuva) foi de 1299 mm. Deste total, 57,1% (741 mm) foi utilizado pelo eucalipto no processo de transpiração (transferência de água do solo para atmosfera a partir da absorção pelo sistema radicular das plantas), 9,8% (128 mm) foi evaporada (transferência direta de água da superfície das plantas e do solo para a atmosfera). Entre 0,5 a 1,3% (16,9 mm) foi escoada diretamente da superfície do solo e 31,8% (414 mm) infiltrou no solo e reabasteceu o curso d´água. A transpiração de 741 mm anuais ou 2,3 mm por dia é semelhante a de outras espécies florestais e espécies agrícolas perenes; do mesmo modo que a evapotranspiração (soma da transpiração com a evaporação), que foi de 869 mm ou 2,38 mm por dia. Houve um excedente de 414 mm por ano (31,8% da chuva incidente), não utilizado pelas plantas ao longo do ano e que reabasteceu o curso d´água. Além disso, a variação máxima observada na razão do riacho foi de 8,0% no período estudado, indicando que o sistema de reabastecimento do riacho estava bem regulado. "
Fonte: Jornal da Cenibra.

sábado, 18 de julho de 2009

Manejo integrado de doenças florestais

Medidas para adotar em viveiro:
  • material de plantio livre de doenças: mudas comprovadamente sadias para o estabelecimento de minijardins clonais e para o plantio no campo;

  • substrato isento de patógenos para formação dos minijardins: o material comumente empregado é a areia, a qual deve ser obtida de uma fonte segura ou previamente tratada para erradicação de inóculo;

  • qualidade microbiológica da água de irrigação: a água de irrigação deve ser livre de matéria orgânica e de inóculo de patógenos apodrecedores, devendo ser preferencialmente captada de poços artesianos ou filtrada e tratada;

  • substrato de enraizamento isento de inóculo: de forma geral, as formulações de substrato devem priorizar o uso de materiais inertes, evitando-se o excesso de compostos orgânicos, que mesmo livre de inóculo, são favoráveis a colonização e multiplicação de patógenos;

  • canteiros suspensos e cobertura retrátil: a cobertura retrátil permite maior controle da umidade na superfície foliar e evita o lixiviamento de nutrientes em períodos chuvosos, o que debilita as mudas e favorece a incidência de doenças. Canteiros suspensos por sua vez evitam o respingo de solo contendo inóculo de patógeno, principalmente Cylindrocladium spp. e Rhizoctonia solani, sobre as mudas nas fases de crescimento e rustificação;


  • Remoção de mudas mortas e demais resíduos vegetais: assim reduz a quantidade de inóculo no viveiro, tomando o cuidado, porém, dessa eliminação ser criteriosa e cuidadosa, para evitar a dispersão acidental de patógenos

  • seleção e espaçamento de mudas: a seleção e o agrupamento das mudas por tamanho, bem como o aumento do espaçamento entre plantas favorece o arejamento e, consequentemente, reduz a umidade e o período de molhamento foliar;e

  • recipientes de enraizamento: bandejas e tubetes, ou pelo menos tubetes, devem ser previamente lavados com jatos de água sob pressão ou em tambores rotativos para remover, ao máximo, os resíduos de substrato.

Fonte: MAFIA, R.G., Anais I Encontro Brasileiro de silvicultura.